Patíbulo
Perante você é inevitável o olhar
Parece consagrado, então, o meu declínio
De onde vem o maldito fascínio?
Está cravado em meu peito um amor fortuito
Contudo, apenas uma questão: o amor é gratuito?
Mera quimera, pois não posso pelejar tal sentimento
Meu amor é cético, porém muito poético
Mas não posso viver tão lamentável penúria
Nem mesmo tornar meu destino fatídico
Por toda a minha existência
Não sei o que fazer .... Estou apenas flanando em percalços!
Vou fracionar os fatos:
- Isolar o fenol do meu corpo ao lhe ver;
- Prender o pedante pensamento, me conter;
- Sucumbir ao desejo de que você é constante;
Então, será meu Deus?! Será que desse modo consigo exterminar tal chaga?!
Estou passível...
E não posso deixar vestígios
A realidade é meu suplício
A percussão somos eu e você
É uma união sem escrúpulos
Vou ressentir e darei um ultimato ao meu coração
Ah, coração, agora falta-me coragem!
Esfacelar meu sentimento, assim...
Mas somente contemplar você não cabe em mim!
E se a vida fosse uma grande mentira?
Qual seria a verdade que você gostaria de viver?
Assim como um cataclismo, minha resposta seria lhe dizer
Sem temer algo esconder:
- Gostaria de lhe possuir!
Sem a menor resistência
Para acabar de vez com a suplência
- Gostaria de amar você para sempre...
Eis o resplendor do meu sorriso
Por isso tento buscar um motivo
Aproveite o presente momento festivo
Pois, agora, a vida prepara o patíbulo
Viver, então, o sentimento abrasador
Tornar-se-ia as páginas de um conto de amor
Bonito no papel
Impossível na realidade
Então, pergunto, insistentemente:
- Se a vida fosse uma grande verdade
Qual seria a mentira que você gostaria de viver?
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